the NachtKabarett

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All Writing & Content © Nick Kushner Unless Noted Otherwise
Translation by: Heather Quick


Twiggy Ramirez, Courtney Love e Manson, que é visto usando uma camiseta do Twin Peaks no final da turnê “Self Destruct” com o Nine Inch Nails em 1994.

A música “Wrapped in Plastic” é uma referência evidente à série de sucesso na TV nos anos 1990, “Twin Peaks” do David Lynch (uma influência de muito tempo no Manson) e Mark Frost, que ainda acumula um obssessivo seguimento cult. Manson disse que um dos aspectos do título da música era a natureza superficial das donas de casa suburbanas que enrolam seus sofás em plásticos protetores para conservar suas antigas almofadas dos sofás. Literalmente para afastar a sujeira, que pode ser visto como uma metáfora para suas atitudes isolacionistas diante da repugnância daqueles que não são parte do suposto “status quo.” A ironia entretanto, como Manson colocou, é que a prática age duplamente como um aspecto metafórico de manter a sujeira dentro; a mentira da falsa aparência acima dos segredos sórdidos mantidos desesperadamente pelos olhos indiscretos.

Twin Peaks ilustrou isso literalmente. A série abriu com o trecho, “Ela está morta. Enrolada no plástico,” dito na linha de uma chamada para o 911 denunciando a descoberta de um corpo enrolado em um plástico transparente. Era a rainha do baile do colegial, Laura Palmer, o orgulho e alegria da cidade “Twin Peaks.” Com camadas de complexidade é descoberto que é ela não é, na verdade, o ideal adolescente Americano que ela parecia. Ela era viciada em cocaína, trabalhava ativamente como prostituta em um cassino/bordel no Canadá e tem uma vida secreta oposta, que progressivamente foi desevendada para torna-se mais obscura, envolvendo uma entidade do mal que a perseguiu, cujo ela via a morte como o único consolo.

 

Trecho do Twin Peaks sampleado na 'Wrapped In Plastic'
Clique para abrir em outra janela | 2.8 MB | 01m:04s | Formato AVI

 

A série envolveu continuo uso de simbolismo (ambos inventados para a série e simbolismo presente na Bíblia, filosofia oriental, folclore, entre outros) muitos elementos bizarros e cômicos foram empregados para contrabalancear a natureza pesada da série, incluindo um jovem travesti, David Duchovny (“Arquivo X”/”Red Shoes Diaries”). Foi a sensação que fez toda a América se perguntar “Quem matou Laura Palmer?” por dois anos. Quem, ou o quê, matou Laura Palmer foi seu pai, que a visitaria para estuprá-la em um encontro incestuoso. O ponto crucial da série, entretanto, não foi meramente isso, mas que o pai de Laura estava possuído por um espírito ruim vindo do submundo conhecido como Black Lodge.

O Black Lodge é uma outra dimensão metafórica e apareceu em várias literaturas ocultas Herméticas Ocidentais desde o final do Século XIX, nominalmente falado em “The Secret Doctrine,” de Madame Blavastsky (que Manson citou como tendo uma grande influência no "Holy Wood") e também aparecendo na novela de Aleister Crowley, “Moonchild” de 1917. Em Twin Peaks, é um lugar muito real que a entrada é encontrada nas madeiras próximas, e onde os habitantes excertem suas influências ocultas na cidade com o curto véu separando as duas.

O segundo climax da série é o episódio 29, o último, onde mostra o protagonista, agente do FBI, Dale Cooper, que está apto a entrar no Black Lodge para confrontar “Bob” e o mal dentro dele. O sonho faz interlúdios ao longo da série e tiveram uma breve visão dentro do Lodge, incluindo um doppelganger de Laura Palmer que transmitiu pistas a Dale desde o segundo episódio.

Acima está uma sinopse extremamente resumida e é recomendado assistir a série (que tem sido particularmente uma favorita do autor desde a reprise da Bravo Network no começo dos anos 2000). Entretanto, no episódio final quando o Agente Cooper encontra mais uma vez o doppelganger de Laura Palmer, com o mal do Black Lodge começando a ser descoberto, o grito angustiante que ela desencadeia foi sampleado e aparece no começo e no final da “Wrapped in Plastic.”

 

 

 

Screenshot da aparição de um cavalo branco visto momentos antes do assassinato do primo “gêmeo” de Laura Palmer, Maddle. Ele é assassinado novamente pelo pai da Laura, possuído pelo “BOB.” Um exemplo do simbolismo usado na série, o cavalo branco tem sido várias vezes um símbolo da morte quando usado como um instrumento literário, um alusão que encontra suas origens na Bíblia.

 

Coincidentemente, ainda assim invertido, o simbolismo usado pelo Manson no vídeo da “Tourniquet” na era “Antichrist Svperstar.” Uma cena surreal na qual Manson está flutuando e é acompanhado pelos outros membros da banda em um cenário volátil, quase remanescente do além (que é o clímax do vídeo depois de um Manson morto e decadente que é visto antes) com um cavalo preto justaposto no meio do cenário aparentemente com almas caídas.