the NachtKabarett

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All Writing & Content © Nick Kushner Unless Noted Otherwise
Translation by: Heather Quick

Manson disse que seu motivo para que "Smells Like Children" fosse, na essência, fazer um CD de crianças para adultos, foi evocando a fantasia de sua geração dos anos 1970 e duplamente retratando certos personagens que têm conotações muito mais sinistras do que um simples protagonista de histórias infantis. Muito similar que num senso, os contos de fada de Grimm são os favoritos das crianças, mas muitas vezes têm temas incrivelmente obscuros, maus e canibalísticos.

Willy Wonka é um dos tais personagens que Manson foi particularmente fascinado através de Portrait of an American Family e Smells Like Children. Wonka certamente é o companheiro de jogo ideal das crianças, mas o único que também pode ser visto como um encantador de crianças com um motivo obscuro em seu interior por trás de sua pessoa visivelmente colorida.

Exemplos de que Manson evocou Wonka são numerosos, do vídeo da Dope Hat sendo uma versão surreal e perturbadora da Fantástica Fábrica de Chocolates, até referências líricas e samples (muitos dos quais foram retirados sob licença de cópia dos direitos autorais do próprio filme) e Manson estilizando o logo “Marilyn Manson” como uma paródia à assinatura do logo do Willy Wonka.

Manson, revista Circus em Maio de 1996. Sua primeira aparição na capa do mainstream nacional.

A primeira (ou pelo menos maior) aparição de Marilyn Manson em uma capa do mainstream nacional foi na edição de Maio da revista Circus em 1996, pouco depois que o vídeo da “Sweet Dreams (Are Made of This)” levou a banda à notoriedade. Embora Manson nunca tenha feito nenhum aceno direto a Alice Cooper, o obscuro e malvado pai do “shock rock” com nome feminino, as roupas do Manson nessa capa o introduziram ao mainstream diretamente, embora seja, estrategicamente, um aceno sutil ao Alice.

Alice Cooper no palco no Toronto Rock n' Roll Revival em 1969, onde ele ganhou notoriedade internacional por jogar uma galinha no público.

À parte das decaptações no palco e música infinitamente mais abrasiva que a música contemporânea de seus colegas no final dos anos 1960, o primeiro ato em que Alice Cooper ganhou sua notoriedade eterna ocorreu no Toronto Rock n' Roll Revival em 1969, onde um fã jogou uma galinha viva no palco durante uma performance ao vivo da banda. Alice, arrogantemente, jogou de volta a galinha no público achando que ela voaria. Como isso não aconteceu, o público estraçalhou a galinha em pedaços, jogando suas partes desmembradas de volta no palco enquanto suas penas flutuavam no palco como confete. Foi isso, um ato sem intenção, que cauterizou o nome de Alice Cooper dentro do subconsciente da América que permanence até hoje, e colocou sua foto nas capas dos tablóides em toda a América do Norte.

Embora a imagem não seja a mais descrita, a roupa do Manson na capa da Circus em Maio de 1996 foi uma variação do que Alice usou em Setembro de 1969 durante o infame “incidente da galinha.”

Ironicamente, Manson seria acusado (falsamente) de mutilar galinhas no palco e jogar filhotes para o público desmembrar, como a história se repete.

A cortina ao fundo do palco na turnê do “Smells Like Children” em 1995 foi estilizada como um tabuleiro Ouija “Marilyn Manson,” uma das formas mais comuns e traiçoeiras de adivinhação, ironicamente vendida como um jogo para crianças até hoje pela Parker Bros.

… E o tabuleiro Ouija, claro, tem sido algo que eu tenho experimentado desde criança. Era hilariante e assustador ao mesmo tempo porque você realmente não conseguia decidir o que estava respondendo suas perguntas. Eram os recessos mais profundos da sua mente ou algum tipo de força inexplicável que você não consegue ver? Sempre foi tão interessante que era vendido como um jogo infantil…. Eu tive algumas experiências estranhas. E também eu pensei que desde que o telefone está todo os dias na sua vida, o tabuleiro Ouija é um símbolo de comunicação, então achei apropriado colocar no nosso palco, uma vez que estou tentando mudar certas ideias que tive de fontes. Então isso foi simbólico.

Marilyn Manson, publicado na Movie Mirror, “Marilyn Manson e outros Shock Rockers,” Outubro de 1997

O então guitarrista Daisy Berkowitz também tocava frequentemente durante as turnês do “Portrait of an American Family” e “Smells Like Children” uma guitarra cujo o corpo foi estilizado a partir de um tabuleiro Ouija. Acima está um screenshot do video da “Get Your Gunn” em 1994.

Uma descrição sutilmente disfaçada acima do disco do "Smells Like Children" diz: “Keep This and All Drugs Away from Small Children.” (NT: “Mantenha Isso e Todas as Drogas Longe das Crianças Pequenas.”)
A imagem da capa do "Smells Like Children" é o Manson retratando-se como “O Apanhador de Crianças” do filme “Chitty Chitty Bang Bang,” que era apto a cheirar crianças em ordem de capturá-las. A terceira faixa no EP, “Shitty Chicken Gang Bang,” é uma paródia ao título do filme.

Note toda a roupa preta, o cabelo longo e nariz largo como um paralelo visual imediato (e altamente natural) ao Manson.

“Chitty Chitty Bang Bang” também teve seu roteiro escrito por Roald Dahl, o mesmo autor da “Fantástica Fábrica de Chocolates,” aka Willy Wonka, cujo Manson tem evocado continuamente e saudado como um personagem obscuro, traiçoeiro e encantador de crianças em disfarce de herói delas.