the NachtKabarett

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Literary Vices

All Writing & Content © Nick Kushner Unless Noted Otherwise
Translation by: Heather Quick and Nina Bogo

“Nós começamos a escrever material novo e o próximo disco será finalizado muito mais rápido que os outros anteriores, porque aqueles eram muito mais do que uma ‘viagem pessoal’. Este é muito eletrônico. Os dois elementos que têm sido muito presentes até o momento no que escrevemos é que ou é muito violento ou muito sexual. Fora isso, não tenho uma grande descrição para ele, a não ser que é como o Marquês de Sade com uma bateria eletrônica.”
Marilyn Manson. Outono de 2001.
Esquerda: retrato imaginário do Marquês de Sade, esculpido por Man Ray. Como discutido em A terceira e Última Besta, uma das alusões mais diretas ao Marquês de Sade é a lente no olho esquerdo, pois o Marquês perdeu a visão desse olho pelo grande esforço que fazia para ler e escrever na escuridão da sua cela, iluminada apenas por luz de velas.

Junto com Oscar Wilde, que era o “Arch Dandy” e uma das figuras mais avançadas da decadência do século XIX, o Marquês de Sade foi outra predominante influência literária no “The Golden Age of Grotesque”. Como Manson, Sade não inventou os horrores do mundo que retratou em seus escritos pelos quais foi perseguido, mas sim refletiu a realidade de sua Era de decadência como um retrato exagerado de seus próprios fetiches. Durante sua vida inteira, foi capaz de ver com totalidade seu mundo virado de cabeça pra baixo e depois vertiginosamente invertido de volta para o eixo original do despotismo autocrático sobre um regime diferente. Ao longo dos anos foi difamado e uma espécie de “bode expiatório” para a corrupção do mundo e preso durante um tempo, mesmo sem ter cometido nenhum crime; simplesmente por decreto do Rei e, mais tarde, de Napoleão.

Tendo vivido em toda a França pré-Revolucionária, o caos da Revolução do povo ao longo dos 8 sangrentos anos do “Reinado do Terror” para depois o Império Napoleônico, Sade testemunhou orgias inenarráveis, execuções, tortura e crueldades que estavam longe de serem cometidas por suas próprias mãos e muito mais extremo que em seus próprios escritos. Fazendo um paralelo com Manson, Sade foi muitas vezes culpado por atos elementares e da própria natureza humana que, muitas vezes, sofreu. Sem dúvida uma merecida evocação e uma situação similar para Manson prestar homenagem.

Sade, como muitos sabem, foi autor de algumas das mais escandalosas obras literárias da humanidade. Era seu nome de família, em combinação com inclinações sexuais (pelas quais foi muitas vezes preso) e o tema de seus escritos que Richard Freiherr Von Krafft-Ebing em 1886 categorizou o termo “sadismo” como prazer sexual causado por dor.

Por trás do véu de cor subjetiva seu nome é duplamente exaltado e difamado por um homem preso na filosofia que escolheu pra viver. Embora pela terminologia do mundo moderno ele tenha sido simplesmente condenado como um agressor sexual, os prazeres que Sade se deu ao luxo foram aqueles de (discutivelmente mútuos) mudanças de poder em chicotadas, tapas, espancamentos, seguidos por fodas amorosas que, para os padrões atuais, são tão comuns quanto BDSM (bondage, disciplina, sadismo e masoquismo) que está, de fato, em moda. No seu período de França pré-Revolução sexo anal era punido com pena de morte, pois era uma prática de abominação sexual. Além de ser constantemente acusado de atos incalculáveis escritos detalhadamente de forma minuciosa, muitos relatos de suas façanhas próprias foram largamente exagerados tanto para os simpatizantes de sua suposta “vítima”, quanto para a sede de escândalo na imprensa (isso ilustra que dos tempos de Sade pra cá não mudou muita coisa).

Rumores de facadas nas nádegas de garotas jovens cauterizadas com cera quente, orgias de sodomia, espancamentos acompanhados de evocação de magia negra estão entre os escândalos em seu nome muitas vezes aumentados pela imprensa sensacionalista, mais estranhos do que retirar as costelas para auto-felação.

“Na solidão e aprisionado, Sade começou a construir um reino próprio dentro dos limites de sua cela. Ele seria o ator em relação à vítima, supremo nos seus pensamentos e imaginação. Ele ainda queria sua liberdade, mas as palavras que ele defendia começaram a ter outra preocupação. Se não poderia haver fuga pelas paredes maciças de Vicennes, talvez existisse um escape interno. As cartas começaram a descrever as demandas corriqueiras de um prisioneiro. Estas disposições não eram um mero paliativo contra a lenta agonia da solidão. Eram os fundamentos sobre os quais estava sendo construído um novo mundo. Dia após dia, nas cartas, parecia que ele estava redefinindo sua visão de si. Ele não era um peticionário choroso, mas sim um herói invencível de sua própria causa. Havia aqueles que achavam que ele fosse louco, como os homens que passam anos confinados. Mas ele não estava enlouquecendo. Pelo contrário, ele estava chocando as mentes dos leitores burgueses por uma terrível clareza intelectual. Ele usaria sua sanidade contra seus inimigos como se fosse uma arma de guerra.”
Marquês de Sade: Uma Nova Biografia, de Donald Thomas. Leitura recomendada e fonte predominante neste artigo.

A filosofia de Sade foi de libertinagem e, como um libertino, não a limitou aos limites subjetivos da Igreja e/ou à moral da sociedade em que vivia. Um libertino pode viver como quiser, escrever o que lhe agrada e foder quem escolhesse, como deboche ou indulgência. A prática da libertinagem é muitas vezes associada com os ricos, poderosos, pois eles, ao contrário dos “meros plebeus”, têm mais mobilidade e menor medo da repercussão de tais atitudes. Muitos desses outros artistas e autores descritos no NACHTKABARETT podem ser considerados libertinos pela decadência de seus pensamentos e ações, em uma dimensão como um precursor da frase de Aleister Crowley, “faça o que quiseres”, e da Lei de Thelema.

Como discutido na seção ARTE & THE GOLDEN AGE OF GROTESQUE, Dadaísmo e Surrealismo foram elementos significativos no álbum e na Era. Os surrealistas consideravam Sade um herói do movimento (assim como o autor que vos fala em seus quadros) que representava a personificação de “O Homem Surrealista”. Isso porque ele e sua filosofia eram a antítese da moral da sociedade. Em homenagem, muitos dos surrealistas como Andre Breton, Salvador Dali, Man Ray e Hans Bellmer, criaram uma série de obras de arte em homenagem a Sade, à sua obra e seu lugar na história.

“O completo tema ainda está sob completo sigilo. Mas, definitivamente, remonta algumas das coisas que me inspiraram no passado, sobretudo a vida do Marquês de Sade. Diz respeito a quão vívida era sua imaginação, o que assustou muitas pessoas, sendo punido por coisas que estavam acontecendo em sua cabeça. Ele usava sua mente e sua arte para exorcizar demônios, e era punido por isso. E muitas vezes, me vi em situações similares.”
"Manson chega ao Reino Unido para uma típica festa de lançamento subestimada”
Marilyn Manson veio à boate London’s Rouge num glamoroso estilo Europeu dos anos 1930 para sua exclusiva festa Grotesk Burlesk. Passeando pelo local durante toda a noite estavam os modelos de cuecas e fãs que viajaram toda a Europa para assistir. Nos primeiros momentos, Manson subiu no telhado e começou a gritar obscenidades à quem passava.
NME, Abril de 2003
“Sade, no entanto, concluiu que o presente período de desordem pública representava sua maior chance de liberdade depois de 20 anos preso.

Em 2 de Julho de 1789, ele improvisou um megafone com um funil, que foi usado para o esvaziamento. Abaixo dele, as ruas mais próximas estavam lotadas com a população local numa tarde de verão. Usando o megafone, Sade saudou-os e começou seu discurso. De acordo com testemunhas, ele gritou que os guardas andavam dando ordem para matar os prisioneiros na Bastilha e que estavam se preparando para cortar-lhes a garganta. “Me despertou o espírito do povo pela minha janela”, ele escreveu, “Os atraí juntos abaixo. Os alertei que os preparativos aconteciam na Bastilha e instiguei-os a derrubar este monumento de horror. Tudo isso é verdade”. Suas palavras ecoavam pela rua e o público começou a prestar atenção. Como não havia uma resposta para isso e um murmúrio de interesse, Sade pediu para que fossem rápidos, se tinham alguma intenção de resgate.”
Marquês de Sade: Uma Nova Biografia, de Donald Thomas.
Convite para a execução do testamento do Marquês de Sade em 2 de Dezembro de 1959
Para mais, e relacionado às evocações do Manson com Sade pelo movimento Surrealista, veja abaixo.

 

 

À esquerda Oscar Wilde, uma das maiores influências de Manson nas composições do The Golden Age of Grotesque. À direita Manson no verão de 2005 na primeira divulgação online do filme Phantasmagoria.

Ao longo das entrevistas da era The Golden Age of Grotesque, Manson em várias ocasiões citou Wilde como grande influência para si, tanto para a vida, quanto para as composições. Afirmou, também, que as suas obras favoritas de Wilde são os aforismos. Foi neste período de tempo que Manson disse que lançaria um livro próprio com seus aforismos e declarações.

Para saber mais sobre Oscar Wilde, seu colaborador, par e amante, Aubrey Beardsley e “Arch Dandy” (personagem o qual Manson se colocou durante o "The Golden Age of Grotesque"), leia a seção ARTE & THE GOLDEN AGE OF GROTESQUE.

“Queremos Venus não em casacos de pele, mas em uniformes. Se você não está dançando, então está morto”

Acima é mostrado como Manson canta “Doll-Dagga Buzz-Buzz Ziggety-Zag” inspirado no Scat/Swing. Se o termo “Sadismo” deriva de Marquês de “Sade” e as inclinações dos protagonistas de seus escritos, o termo “Masoquismo” deriva de Leopold Sacher-“Masoch”, autor do romance Venus in Furs. Inspirado por uma pintura de Vênus admirando-se num espelho com adornos de pele, Sacher-Masoch deixa uma contribuição enorme para o mundo da literatura: um conto de um homem apaixonado por uma deusa moderna venusiana, cujo corpo esculpido e pele pálida o inspirou sua completa submissão a seus caprichos, até que perde sua vida. A influência foi tão grande que seu nome está imortalizado na expressão “Masoquismo”.

Foi uma sutil e memorável alusão que Manson fez dentro do "The Golden Age of Grotesque" em reflexão à sua natureza mais "romântica" de composição vista ao longo do álbum e que os trabalhos futuros prometem seguir a mesma linha.

 

 

Futuras elaborações das evocações de Manson à Carroll serão adicionadas em breve (veja também a seção Celebritarian Corporation do Nachtkabarett, bem como as Atualizações e Análises do MarilynManson.com em 2006) e como o “Phantasmagoria” se materializa.

Conduzido pelo fundador do movimento Andre Breton, nas fases posteriores do movimento Surrealista, um projeto colaboratório foi feito por um grupo de artistas para criar um baralho baseado no Tarot de Marshelha, da Renascença. Algumas cartas são “A Chama” (amor), “A Estrela Negra” (sonho), “O Volante” (revolução) e a “Fechadura” (sabedoria). As cartas da corte representavam fuguras que eram ícones do movimento Surrealista, incluindo Freud, Georg Hegel, Baudelaire, Marquês de Sade e Alice de Lewis Carroll.

Alice foi selecionada para o baralho como uma “Sereia do Sonho”.
Surrealismo e a Política de Eros, 1938-1968.

Friedrich Nietzsche (filósofo Alemão, 1844 – 1900) é o homem que corajosamente proclamou que “DEUS ESTÁ MORTO”, por procuração do guia revelador “Assim Falou Zaratustra”. Com isso, o tom para toda a arte incendiária e pensamentos para seguir no próximo século, foi criado. Suas obras incluem “O Anticristo” e, muito similar a Manson, seus ensinamentos foram mal interpretados e pervertidos.

O tema mais conhecido de seus escritos é Übermensch, ou super/overman. Essa foi a faceta mais poderosa e grosseiramente mal interpretada até os dias de hoje. Ele é notoriamente ligado à ideologia do Nazismo, devido a esse ensinamento ser um dos mais mal interpretados da sociedade ocidental. O conceito e personificação do Superman ou Overman é tema de transcendência e transformação, muito semelhante aos usados particularmente no “Antichrist Svperstar” por Manson, nos conceitos de transformação do Worm (verme) em Angel (anjo). Manson disse em entrevista que o “Antichrist Svperstar” foi uma homenagem às obras de Nietzsche.

Uma visão geral mais profunda sobre as evocações feitas pelo Manson às filosofias de Nietzsche estarão na próxima atualização.

Fotografia de Edgar Allan Poe

Demais elaborações das evocações que Manson fez de Poe a serem adicionadas.

Aquarela de Poe feita pelo Manson

 

 

Uma pílula para te entorpecer/Uma pílula para te emburrecer/Uma pílula pra te tornar qualquer outra pessoa

"É um depravado mundo novo. Afinal de contas". "Huxley e "Brave New World" são influências que tem aparecido permanentemente no trabalho do Manson, tanto no passado como no presente. Sua novela fundamental é algo de uma variação alternativa e drogada do futuro presente de "1984" de George Orwell (também uma grande influência nos trabalhos do Manson).

O futuro saturado por drogas e auto-medicado foi amplamente apresentado pelo Manson no "Mechanical Animals", onde humanos tem se tornado tão removidos da humanidade e as emoções que eles cessaram em sentir, que viraram conchas vazias, automáticas deles mesmos através de drogas, sexo, televisão e fé cega na religião.

Acorde, injete uma droga para carregar a bateria e descarte a alma.

Há um buraco em nossas almas que preenchemos com drogas/E nos sentimos bem

No entanto, foi no "Holy Wood" onde Huxley e seu futuro alternativo foi evocado muito mais diretamente nas letras, junto com a história sendo uma recontagem remanescente ou variante do "Brave New World". Manson nunca negou seu emprego de drogas durante o processo criativo e em Novembro de 2000, Manson disse que as principais drogas que a banda usou enquanto escrevia o álbum foram o absinto e Soma. A última sendo o auto-intoxicante mandato do governo do "Brave New World."

Soma tem um papel importante no livro "Brave New World"; sendo vendida regularmente pelas pessoas em forma de tablete, é o 'opium do povo'. Descrita como um tranquilizante, soma também tem propriedades de um poderoso estimulante e alucinógeno, induzindo (embora fradulento e alucinante) sentimentos de felicidade e euforia, sendo também um potente antidepressivo. Como tal, soma tem o malevolente propósito de manter a sociedade hedonista. Condicionada a procurar por prazer e, quimicamente, encobrir a dor, a habilidade das pessoas de mesmo considerar a insurreição é quase nula. E, contido dentro do encarte do "Mechanical Animals" (e mesmo no próprio CD, que não é nada mais que uma pílula grande), estão inúmera alusões à soma.

Do encarte do “Mechanical Animals”, 325mg de ‘Coma’

Uma sociedade sustentada pelos pilares do sexo, drogas e distrações -- as pessoas estão cegas e apresentaram uma ilusão de felicidade, na perda de liberdade e pensamento livre. Ao invés de viver num mundo de diversidade, incerteza e infinitas possibilidades, as pessoas rapidamente rebanham-se a qualquer um que possa oferecer a eles o caminho mais rápido para escapar da realidade.

Um novo dia, não esqueça da soma

A soma no entanto, tem o potencial para tornar-se, progressivamente, mais perigosa quando tomada em grandes quantidades. Certos indivíduos, como a mãe de Savage, Linda, desenvolveu uma tolerância com a Soma e toma dosagens cada vez mais altas em uma tentativa de prolongar as sensações eufóricas que eram sentidas inicialmente com o abuso da substância:

"Gananciosamente ela clamou por doses cada vez maiores e frequentes. Dr. Shaw primeiro hesitou; depois deixou ela ter o que quis. Ela tomava mais de vinte gramas por dia. "O que vai acabar com ela em um mês ou dois," o doutor disse a Bernard. "Um dia o sistema respiratório ficará paralisado. Sem respiração. Finalizado. E uma coisa boa também. Se pudéssemos rejuvenescer, claro, seria diferente. Mas não podemos."

Tomada analiticamente, no mais básico dos níveis, a soma sugere uma qualidade corrosiva ou perseguição intangível, o que pode resultar em completa auto-destruição.

O "Mechanical Animals" pode ser visto como tendo grande relação ao livro "Brave New World" de Huxley; "milhões de cápsulas e animais mecânicos", "uma cidade repleta de estrelas mortas", tirados e reduzidos do elemento humano; tudo continua deixado sem alma e gasto.

Manson também faz uma referência específica à Huxley na música "Target Audience (Narcissus Narcosis)" do "Holy Wood". O título sozinho ecoa o nome de Huxley, sugerindo um nível não-saudável de vaidade, idolatria e abuso de drogas.

“Eu me sinto mal por você ter matado os filhos dos Kennedy e por Huxley também?”

O par de Kennedy e Huxley não deveria ser tido como inconsequente, já que ambos o homens (cujo Manson fez inúmeras referências) foram, de forma inevitável, fatalmente ligados pela data de suas mortes: 22 de Novembro de 1963.

Outra novela de Aldous Huxley, que pode ter servido de inspiração ao Manson, é "Ape and Essence", publicado em 1948. Assim como "Brave New World", fala sobre uma sociedade distópica. Satírico, pessimista, e niilista, oferece um ponto de vista deprimente da condição humana. Marcado pelo grande uso de surrealismo e metáfora, humanos são frequentemente descritos como símios, primitivos e simples, com seus talentos verdadeiros sendo a maneira e habilidade nas quais eles se matam.

A capa de “Ape and Essence” de Aldous Huxley.

Desde o "Portrait of an American Family", macacos e símios têm atuado um grande papel no mundo das metáforas e alusões que Manson tem feito de uma forma satírica e franca similar a Huxley em "Ape and Essence". Tais comparações entre homens e símios nos levam a questionar fundamentalmente e examinar o que nos faz humanos, enquanto posa a possibilidade de que talvez não estejamos nos movendo completamente na direção que gostaríamos de estar na escala evolucionária.

 

 

E eu sou um arco-íris negro, e eu sou um símio de Deus, tenho um rosto que foi feito sob a violência. Sou uma deformação adolescente, sobrevivi a um aborto, um rebelde da cintura para baixo.

A última linha desse verso da "Disposable Teens" é tirada do acima-mencionado "1984". O clássico de Orwell escrito em 1948 é a visão profética assustadora do mundo futuro de vigilância perpétua e autoritarismo nas mãos do "Big Brother", o panopticon personificado que a sociedade foi enrolada em error a partir da ameaça inversamente adiantada desde que a novela foi publicada.

"1984" tem sido referenciado diretamente e improvisadamente pelo Manson desde seu começo. O trecho do "Holy Wood" especificamente, é cantado no rebelde hino jovem "Disposable Teens", em referência à Kate, que é um membro do Partido da burocracia, mas consente ao sexo pomíscuo que, naquela sociedade, era denominado como sendo tão rebelde quanto é a antítese do desejo do Partido, de desumanizar e automatizar a humanidade em relação ao sexo, tão contraditório a isso, mas tão vazio como é uma rebelião, só dura até o orgasmo e não vai mais além alcançando a extensão da penetração venérea.

"From a Dead Man, Greetings...” (NT: “De um Homem Morto, Saudações…")

Dessa maneira é aberta a música "Minute of Decay" no "Antichrist Svperstar", que é um sample da versão cinematográfica do filme "1984", estrelando William Hurt como o protagonista, Winton, no ano de seu título (Hurt, que é um inverso de destino, fez o papel do "Big Brother" no filme "V de Vingança", o filme carregado com a Cruz Dupla de Lorraine do Manson foi cogitado, embora sem evidência, como tendo envolvimento no começo de 2006). A referência feita ao "1984" 4 anos mais tarde com o "Holy Wood", liga um aspecto de dois finais de livro da Triptych do Manson, o Fim e o Começo, "Antichrist Svperstar" e "Holy Wood". Novamente, o trecho é uma referência à desumanização do homem que, como uma alegoria pessoal, ou então um indício da sociedade Cristã, é uma citação complementar na arte do Manson. Detalhando; o final alternativo e ao vivo da faixa título do "Antichrist Svperstar" é "You might as well kill yourself, you're already dead" (NT: "Você talvez se mate também, você já está morto").

Tangencial, embora outra menção digna de nota é que "Diamond Dogs" do David Bowie é um álbum com o conceito baseado no "1984", e também é um álbum que Manson citou especificamente, como no final de 2004, sendo uma influência à sua atual direção musical.

Embora não referenciado publicamente, "1984" relaciona-se, assim como "Brave New World" de Huxley, integralmente com o "Mechanical Animals" e seus herdeiros sem alma do futuro, como Manson sonicamente pinta o mundo. Se tirado como uma base de inspiração para alegoria da Triptych do Manson, os ecos de "1984" podem ser ouvidos ao longos dos três álbuns. Como discutido completamente e várias vezes em algum lugar do Nachtkabarett, a Tryptich é a história de Adão que cresceu rebelde em um mundo sem coração e sem sentimento, cresceu com a violência que a sociedade que ele nasceu, adora. Com o desejo de desprezo, ainda que contraditório, de fazer parte do status quo que ele odeia, Adão iniciou como um presunçoso rebelde para desencadear uma revolução contra o mundo que tem colocado ele para baixo. As seguintes complexidades e enredos da parábola do Manson, muito embora o que seja evidente é o paralelismo ao herói de Orwell, Winton, que deseja destruir e derrubar internamente o edifício e validar o que tem o oprimido a vida inteira.

 

 

Para correspondências profundas ao Marilyn Manson e Aleister Crowley, veja também as seções O Oculto e Celebritarian Corporation do Nachtkabarett.