the NachtKabarett

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Albert Camus' The Fall & Holy Wood

Contribution from Maxim Marusenkov
Translation by: Heather Quick

“The Fall” (1956) é uma história de Albert Camus (1913 – 1960), um escritor e filósofo Francês e um dos fundadores do existencialismo ateísta. A história teve um grande impacto no "Holy Wood". Mais obviamente similar, a última seção do "Holy Wood" é chamada The Fall.

The Fall é uma confissão acusatória em um senso, dita por um “juíz penitente,” João-Batista Clemente. “Um falso profeta chorando no deserto e se recusando a ir adiante,” Clemente é convencido de que as pessoas são mesquinhas e viciadas por natureza, e desse modo não há nem salvação ou esperança para eles. Voluntariamente ou não, essa história tornou-se a última vontade filosófica de Camus.

Manson fez referência ao The Fall pela primeira vez em sua renomada dissertação sobre Columbine: De quem é a culpa? Essa dissertação foi a resposta do artista à sociedade Americana que colocou a culpa nele pelo tiroteio em Columbine. No final da dissertação, Manson escreveu: “Então não espere que o fim do mundo chegue um dia do nada – Ele está acontecendo todo dia há muito tempo.” Essas palavras foram parafraseadas levemente do principal personagem da estória de Camus. Raciocinando sobre o Julgamento Final, Clemente conclui: “Não espere pelo Julgamento Final. Ele acontece todo dia.”

No começo da dissertação, a crucificação de Cristo é descrita como “homicídio-suicídio,” e isso é uma referência a outra teoria de Clemente, de acordo que a crucificação de Cristo foi um suicídio natural.

“Diga, você sabe por que ele foi crucificado?,” diz Clemente a seu interlocutor, “aquele que você está pensando nesse momento?” Bem, houve um acúmulo de razões para isso. Sempre há razões para assassinar um homem. (…) Mas, além das razões que tem sido muito bem explicadas para nós pelos últimos dois mil anos, houve uma maior para aquele agonia terrível, e eu não sei porque foi tão cuidadosamente guardada. O motivo real é que ele sabia que ele não era completamente inocente. Se ele não carregou o peso do crime que ele foi acusado, ele cometeu outros – embora ele não saiba quais. Ele realmente não sabia quais eram? Ele estava na fonte, apesar de tudo; ele deve ter ouvido falar de um certo assassinato de inocentes. Os filhos da Judeia massacraram enquanto seus pais o levavam para um local seguro – por que eles morreram se não por causa dele? (…) Sabendo o que ele sabia, familiar com tudo sobre o homem... trouxe cara a cara, dia e noite com seu crime inocente, ele achou muito difícil para se manter e continuar. Foi melhor ter feito isso, não se defender, morrer…”

Essa teoria tornou-se a fonte para os primeiros trechos da "Target Audience":

“Eu me sinto mal pelo céu ter escurecido?/[Quando você] colocou as facas nas costas dos bebês?”

A crucificação de Cristo foi acompanhada por um eclipse solar – que é mencionado na primeira parte do trecho. A segunda é sobre o assassinato de Inocentes.

Manson definitivamente encontrou alguns outros pensamentos congenéricos de Clemente também. É possível desenhar vários paralelos entre o "Holy Wood" e o The Fall – menos fatualmente provado, mas ainda sim relevante. Uma das ideias mútuas principais é a condenação da Igreja como um sistema de opressão:

“Por que, várias ruas daqui há um museu chamado “Our Lord in the Attic.” (NT: “Nosso Senhor no Sótão”) (…) Mas hoje – Coloque sua mente em repouso – o Senhor deles não está nem no sótão, nem no celeiro. Eles o içaram em um tribunal, no segredo de seus corações, e eles punem, eles julgam acima de tudo, eles julgam no nome dele. Ele disse suavemente ao adultério: “Nem eu condeno a ti!” mas isso não importa, eles condenam sem absolver ninguém. Em nome do Senhor, aqui está o que você merece. Senhor? Hey, meu amigo, não espere muito. Ele simplesmente quis ser amado, nada mais. Claro, há aquele que o amaram, mesmo entre os Cristãos. Mas eles não são numerosos.”

Sem menos importância carrega o tema de censura. De acordo com Manson, a falta da mandíbula do Cristo crucificado retratado na capa do álbum é um símbolo de censura. “Com a capa, eu quis mostrar às pessoas que a crucificação de Cristo é uma imagem violenta por si só. "Minha mandíbula foi removida como um símbolo desse tipo exato de censura,” disse ao artista em uma entrevista para a revista Zero Music.

“Ele não foi acolhido,” disse Clemente sobre Cristo, “ele reclamou, e como uma úiltima palha, ele foi censurado. Sim, foi o terceiro evangelista, eu acredito, que primeiro suprimiu sua reclamação. “Por que me esquecestes?” – foi um choro sedicioso, não foi? Bem, então, as tesouras! Veja bem, se Lucas não tivesse suprimido nada, a questão teria sido dificilmente notada; em todo caso, não teria assumido tal importância. Sendo assim, a censura fala alto o que ela proscreve. A ordem do mundo é da mesma forma ambígua.”

Finalmente, a vida no mundo morderno é vista ambos no The Fall e "Holy Wood" como uma constante crucificação. “Portanto, uma vez que somos todos julgadores, somos todos culpados, todos os Cristos na nossa maneira mesquinha, um por um sempre crucificado, sempre sem saber.” – diz Clemente. Compare:

Todas as noites estamos pregados no mesmo lugar e
Todas as noites
Mal parecemos lembrar os motivos
"President Dead"